Cigarros eletrônicos não são bem-sucedidos como 'saída' para fumar

Conheça as estratégias de marketing por meio dos fabricantes de cigarros eletrônicos, vendendo o produto na tentativa de convencer os consumidores de que eles são uma alternativa ao tabaco e uma forma de os fumantes deixarem de fumar.


Conheça as estratégias de marketing por meio dos fabricantes de cigarros eletrônicos, vendendo o produto na tentativa de convencer os consumidores de que eles são uma alternativa ao tabaco e uma forma de os fumantes deixarem de fumar. 

O estudo, encomendado pelo governo dos EUA, mostra que o uso de cigarros eletrônicos contendo nicotina é menos eficaz do que outras estratégias para realmente parar de fumar. Para determinar se o consumo como rota para o tabagismo é eficaz, a equipe coletou dados do programa PATH (Population Assessment of Tobacco and Health), que rastreou dados sobre o consumo de cigarros eletrônicos entre 4.900 fumantes e ex-fumantes desde 2017. Isso porque alguns pequenos estudos clínicos mostraram que os cigarros eletrônicos podem até ajudar a parar de fumar, mas outros dados coletados .

Portanto, o monitoramento incluiu registros sobre tentativas de largar o vício, como chicletes e emplastros de nicotina, inaladores ou medicamentos como vareniclina e bupropiona. O foco no estudo se deu há cinco anos porque foi quando se deu um aumento na vendas do cigarro eletrônico com o marketing de que era mais saudável.

Isso porque alguns estudos clínicos pequenos indicavam que o cigarro eletrônico poderia mesmo ajudar a cessar o tabagismo, só que outros dados colhidos – fora do contexto de ensaios clínicos financiados pelas empresas – não pareciam colaborá-los, dizem os cientistas.

“O aumento de vendas em cigarros eletrônicos com alto teor de nicotina não se traduziu em um número maior de fumantes usando esses produto para largar o tabagismo. Em média, o uso de cigarros eletrônicos a partir de 2017 não levou a uma interrupção de sucesso nem preveniu recaídas”, escreveram os cientistas.

De acordo com os números, o risco de recaídas para cigarro comum entre os “vapers” era  7,3% maior quando comparado a medicamentos pró-abstinência, e 7,7% maior quando comparado a outros métodos não farmacológicos. Ademais, até os voluntários que não usaram nenhum tipo de ajuda para tentar largar o vício tiveram mais sucesso que os usuários de cigarro eletrônico, apontou o estudo.

“Esse novo produto representa mais lucro e é a estratégia deles para repor os fumantes que estão parando de fumar ou estão morrendo em consequência do cigarro. Os cigarros eletrônicos são uma reinvenção do tabagismo para a indústria continuar a aferir seus lucros”, afirmou a sanitarista Silvana Turci, do Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde da Fiocruz (CETab).


Fonte: O Globo

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